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Bernhard Wosien, professor e educador

Wosien ensinava filosofia, astronomia, mitologia e numerologia.

Em Munique, ele ensinava balé clássico, dança barroca, renascentista e folclórica na Universidade de Marburg.

No meu encontro com Wosien, o que causou o maior em relação à minha vida e à minha profissão foi que, para ele, a religião e a dança eram uma coisa só.

Antes de conhecê-lo, elas eram sempre duas coisas distintas para mim. Até então, a dança nada tinha a ver com a religião. Eu dançava desde os 5 anos e tinha aprendido toda a técnica. Mas ele nos fez ver que havia algo mais, além da técnica.

Foi Bernhard quem deu uma dimensão muito especial a dança. Ele uniu as duas coisas. A dança folclórica e música, que é horizontal, à dança clássica e música, que é vertical. É uma cruz. Foi ele a primeira pessoa a fazer isto. Isto é realmente dele.

Outra coisa muito impressionante sobre Wosien era a maneira de ele ensinar.

Ele ensinava balé como nenhum outro professor. Nenhum! Por exemplo: cada dia da semana os exercícios fora da barra eram feitos de acordo com os 7 planetas.

Às segundas-feiras, dia da lua, o treinamento era adágio, às terças-feiras, dia de marte, ele fazia passos enérgicos e coordenação; às quartas-feiras, dia de mercúrio, passos miúdos e rápidos; às quintas-feiras, dia de júpiter eram pulos altos e largos; às sextas-feiras, dias de fraia que corresponde a Vênus, deusa do amor, ele fazia todos os exercícios dos dias anteriores e “pas-de-deux” (danças de casal no balé clássico) no espaço livre, danças na diagonal. Sábado, dia de saturno, ele reunia tudo. Era uma coreografia inteira. Domingo dia de celebração o brilho do sol!

 

WOSIEN UM MESTRE SINGULAR

Bernhard Wosien tinha um carisma incrível. Mesmo tendo sofrido um derrame ao final da vida, ele não podia dançar muito, mesmo assim ele manteve seu carisma. Ele tinha uma energia impressionante; quando estava entre nós, era uma imensa alegria: sua presença e animação eram contagiantes.

Eu também quero lhes passar a ideia de que ele era um homem estruturado somente quando trabalhava com balé clássico. Mas não com as danças circulares.

Ele mudava as danças toda hora, porque, para ele, não era a posição dos pés, a técnica e estas coisas que importavam, era sim a dança em si mesma. Se você pedisse a ele para refazer os passos outra vez, do mesmo jeito que ele tinha ensinando antes, ele se irritava, porque era como negar que ele fosse um artista.

Um artista nunca pinta o mesmo quadro duas vezes! Ele criava uma dança e ela ia embora, perdia-se. Então, nós o imprensávamos: “o que foi isto? o que foi que você fez? eu anotava e perguntava:” o que isto significa? E ele explicava que quando criava uma dança com música clássica, que nunca dizia “eu fiz esta dança”; ele simplesmente falava: “esta dança aconteceu em mim”“.

Foi na verdade uma pura alegria, uma celebração e um grande privilégio ter podido vivenciar isso e ter trabalhado com ele.

Fonte:  Entrevista Friedel Kloke para Jornal Roda de Luz – janeiro/fevereiro/março de 2004.

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