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Entrevista com Carlos Solano

Entrevista com Carlos Solano por Giraflor Danças Circulares

1984-2014 – 30 anos de história das Danças Circulares no Brasil

A DANÇA CIRCULAR VEIO PARA O BRASIL:

CARLOS SOLANO Sabe-se também que Carlos Solano é considerado o primeiro instrutor de Danças Sagradas no Brasil certificado por Findhorn. Arquiteto, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, participou do Treinamento em Danças Sagradas na Fundação Findhorn, Escócia, com a professora inglesa Anna Barton, onde residiu por oito meses, em 1984. Logo mais a Dança também chegou na cidade de Nazaré Paulista, no Centro de Vivências em Nazaré Paulista, hoje Uniluz.

 

Giraflor: Solano, qual foi a inspiração para ir a Findhorn?

Carlos Solano: “Mágica”, rs… Essa palavra resume tudo. Eu vivia de um jeito muito simples na época, como um monge quase, e não tinha condições de viajar. Mas um mentor, que já havia estado em Findhorn, me fez essa sugestão. Eu aceitei. Meu irmão se dispôs a ajudar, mas o valor ainda não era suficiente. Contei da viagem aos meus alunos de yoga e, para minha surpresa, dia após dia, eu ganhava de cada um deles um presente especial: meias, agasalhos, sapato, tênis, calças, malas, relógio, cachecol… Um enxoval completo para a viagem me surgiu num piscar de olhos. Na hora da compra da passagem, outra surpresa: a recebi de presente também. Mas isso não foi mágica não. Descobri depois, em Findhorn, que se chama “manifestação”: acontece quando dizemos sim a algo que verdadeiramente nos corresponde.

 

Giraflor: Solano, como foi a sua experiência em Findhorn e como as Danças Circulares “tocaram” o teu ser?

Carlos Solano: Findhorn é uma espécie de experimento onde pessoas de várias raças e continentes convivem em harmonia e constroem juntas o bom e o belo. Findhorn é uma semente do que o mundo pode vir a ser um dia e, para mim, as danças circulares traduzem isso claramente. Me lembro da “semana de experiência” em Findhorn, que é uma introdução à vida do lugar. No primeiro dia, me vi em uma sala com umas 40 pessoas de vários países e idades. Ninguém se conhecia e o “clima” era formal… Chegou a coordenadora, risonha, fez uma apresentação geral e propôs uma sessão de Sacred Dances. Fizemos muitas e muitas danças e quando a sessão terminou, uma surpresa: aquela coleção de pessoas havia se transformado em um grupo coeso e amoroso. Todos sorriam, se abraçavam e conversavam animadamente. Nunca me esquecerei dessa cena e da magia da dança sagrada. Em Findhorn, ficou claro para mim que o universo está repleto de beleza e bondade que almejam se concretizar na Terra. “É evidente que existe a negatividade criada pelos seres humanos, mas é irrelevante se comparada a esse oceano de amor incondicional” que se expressa em Findhorn. Não é por acaso que a experiência mística da vida, em qualquer religião, é traduzida como amor, beleza e bondade. Findhorn e as danças sagradas estão aí para demonstrar.

 

Giraflor: De volta ao Brasil, como foi a primeira Roda de Danças Circulares e quais foram as primeiras danças que se lembra?

Carlos Solano: A primeira roda de dança que me lembro no Brasil aconteceu em uma casinha cercada de verde, nos arredores de BH. Lá moravam duas amigas que sempre reuniam pessoas em torno de uma mesa farta e natural, de uma bela fogueira, sob um céu estrelado. Num desses encontros levei a dança sagrada e todos amaram, queriam mais e fizemos outros encontros por lá. Os amigos pediam para aprender as danças e, aos poucos, fui formalizando um curso, um aprendizado. As primeiras danças me marcaram por me religarem a sentimentos ou questões fundamentais. Era preciso repeti-las sempre para que a atuação fosse sentida, aprofundada e realizada. Me lembro da dança do agradecimento (Kos), da reverência ao sagrado (Menoussis), de voltar a ser uno com a natureza (King of the Fairies), da importância de ajudar e ser ajudado no caminho da vida (Pachelbel), além de muitas outras… Aos poucos fui amadurecendo a compreensão de que dançar é mover o Dom.

 

Giraflor: Como imaginas o GiraEncontro – “Honrando os Primeiros” em Foz do Iguaçu?

Carlos Solano: Imagino um evento de repercussão energética mundial em um local deslumbrante e sagrado para os antigos habitantes da região. “Y-Guaçu é a presença de Nhamandu na Terra”, diziam os antigos índios guarani, “o deus do sol e das palavras, da origem do tempo espaço primordial”. Por outro lado, pela medicina indiana, o nosso corpo tem um sistema de centros de energia chamados chakras. O planeta, idem, e Foz do Iguaçu corresponde, na América do Sul, ao chakra da coroa, o mais elevado, o que se liga à Fonte Universal. Estive com o cientista japonês Masaru Emoto, autor do best-seller As Mensagens da Água, que faz um trabalho pela paz mundial intencionando a água com orações, palavras e música antes de devolvê-la aos rios ou oceanos para que as intenções se espalhem, pois a água é um excelente condutor. “A água é o mensageiro de Deus”, me disse ele. O grupo do GiraEncontro terá a oportunidade de dançar ao redor da água e, assim, abençoar os quatro cantos da Terra. Ao mesmo tempo, “honrar os primeiros” é um tema de grande beleza, pois desperta a consciência de que a vida é uma “teia”, de que estamos interligados e que nossos atos reverberam amplamente no Todo. Eu estarei relembrando algumas danças primeiras e ensinando a criar espaço sagrado. “A energia segue a forma”. Por todo o amor e cuidado com que este evento está sendo preparado, ele será, com certeza, um evento magnífico.

 

Entrevista realizada em Abril e Maio de 2014.

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